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A derrota do Palmeiras para o Água Santa na primeira partida da final do Paulistão não surpreendeu pela boa atuação do time de Thiago Carpini, equipe muito bem treinada e que sabe como se adaptar diante das dificuldades dos jogos, mas sim pela má atuação do Palmeiras, fato admitido pelo próprio Abel Ferreira.
E, ao contrário da partida semifinal, em que o Verdão conseguiu encontrar boas soluções no intervalo para furar a defesa do adversário, no primeiro duelo da decisão o Palmeiras mostrou uma rara – e irritante – incapacidade de executar ações básicas, como inversões de bola.
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O Água Santa levou a campo um 4-4-2 em linhas, marcando por zona – ou seja, protegendo o espaço e não perseguindo adversários. Como não é possível defender o campo inteiro com apenas quatro jogadores, times que marcam nessa formação precisam fazer escolhas sobre quais regiões do campo proteger. A escolha do Netuno foi por bloquear a entrada da área e acompanhar o movimento da bola, de um lado para o outro. Quando a bola chegasse em uma das pontas, era o momento de tentar a recuperação.
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No futebol, cada escolha tática tem suas vantagens e desvantagens. Se o Água Santa imaginou que poderia recuperar mais bolas ao pressionar a lateral do campo com muitos jogadores, do outro lado deixava o corredor livre para inversões. E o grande pecado do Palmeiras foi não explorar essa deficiência.
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Abel até realizou mudanças nas beiradas, com as entradas de Vanderlan (intervalo) e Giovani (segundo tempo), mas o treinador, aparentemente, não compreendeu que o problema real da equipe era o meio-campo. Não é de hoje que o português insiste em uma saída de bola com apenas um volante na frente dos três jogadores de construção – antes era Danilo, hoje é Zé Rafael.
Em momentos de dificuldade, como em 2021, Abel recuou e passou a utilizar uma saída com 2 volantes, lado a lado. Ainda não foi o caso nessa temporada.Com apenas um atleta na organização das jogadas, o Palmeiras perde um passe de ‘apoio’, mais um jogador responsável por receber a bola e buscar uma inversão de jogo. E também fica desequilibrado na defesa, com o meio-campo exposto aos contra-ataques – Bruno Mezenga soube aproveitar bem esse defeito, com pivôs e paredes.
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É verdade que a ausência de Danilo faz o Palmeiras perder qualidade nessas viradas de bola, mas o desfalque na posição não é novidade. O treinador teve tempo mais que suficiente para encontrar soluções de ordem coletiva, como uma mudança no desenho tático, para solucionar os problemas ofensivos e defensivos do time.
O trabalho de Abel é brilhante, mas críticas fazem parte do processo. Mais do que uma correção para o segundo jogo da final – onde o Palmeiras tem totais condições de reverter o resultado -, a derrota para o Água Santa no jogo de ida deve servir como um sinal de alerta para o treinador e seus planos para a sequência da temporada.